quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Lanterna Mágica, Fantascópio e Taumatrópio

Em Novembro eu falei-vos da câmara escura. Disse que é um dispositivo ótico que levou à invenção da fotografia e à câmara fotográfica, e, que ao longo da história, foram construídos vários modelos desde câmaras enormes, do tamanho de salas, até câmaras pequenas.


Hoje, irei falar sobre a Lanterna Mágica, aquela que é considerada o embrião dos modernos aparelhos de projeção cinematográficos. Que ao contrário da câmara escura, não é uma paisagem luminosa que é projetada do exterior para o interior, mas a uma fonte luminosa que sai da caixa e projeta uma imagem numa superfície branca.


A lanterna mágica usava um espelho côncavo, um condensador, na parte de trás de uma fonte de luz para direcionar o máximo de luminosidade possível - além da luz solar, as únicas fontes de luz disponíveis naquele momento eram velas e lâmpadas de óleo, que foram muito ineficientes -, através de uma pequena folha retangular de vidro, que continha uma imagem pintada ou fotográfica a ser projetada. 

Foi o primeiro aparelho destinado a projeções coletivas, utilizada em ambientes académicos como em Sorbonne, e em espaços populares como teatros ao longo do século XIX, tornou-se o antecedente do que seria no século XX o cinema como espetáculo de massas.

Composta por várias lentes, tinham a capacidade de focar na perfeição o conteúdo da lâmina independentemente da distância do ecrã de projeção, o que poderia ser simplesmente uma parede branca, e, por isso, formava uma imagem ampliada e nítida da lâmina. Permitia a criação da ilusão de movimento movendo os vidros.

Em relação à data oficial da sua invenção não existe nada que nos possa ajudar a chegar a uma conclusão precisa. Mas segundo alguns estudos sobre quem é o inventor original da lanterna mágica, leva-nos a dizer que a teoria mais aceite é que foi o célebre astrónomo Christiaan Huygens que desenvolveu o dispositivo no final da década de 50 do século XVII, 1659. 

Mais tarde o matemático e físico Thomas Walgenstein usa a lanterna como instrumento para realizar espetáculos, por sua vez o padre jesuíta Athanasius Kircher usufrui das suas potencialidades para o uso didático, a Igreja católica começou a usá-lo também para ensinar a sua doutrina.

Uma das invenções resultantes da lanterna mágica e que dá mais um passo adiante na história do cinema é o Fantascópio. Que é uma espécie de lanterna mágica, dotada de rodas para aproximar e afastar as imagens projetadas. Foi usada para a exibição de desenhos fantasmagóricos. É criada por Étienne-Gaspard Robert (Bélgica) e Paul Philidor (França), no século XIX.

Tornou-se numa forma de teatro que usava a lanterna mágica modificada para projetar imagens assustadoras, como esqueletos, demônios e fantasmas nas paredes, fumo, ou telas semitransparentes. Com frequência a projeção sucedia na parte traseira do lençol longe dos olhares dos espectadores para criar ainda mais realismo.

O projetor móvel, permitia que a imagem projetada se mova e muda-se o seu tamanho. Com a utilização de vários dispositivos permitia-se comutação rápida de imagens diferentes, tão assustador que muitas pessoas estavam convencidas da realidade de seus espetáculos que a polícia suspendeu temporariamente o processo, porque acreditaram que Robert poderia ter o poder de trazer Louis XVI de volta à vida. 

Étienne-Gaspard Robert afirmava: "Só estarei satisfeito se os meus espectadores, tremerem e estremecerem, levantarem as mãos ou cobrirem os olhos com medo de fantasmas e demónios a correr em direção a eles.".

Nas imagens abaixo podemos ver Fantascópio em funcionamento e na parte de trás de um lençol, oculto do público. Podemos observar também a presença de rodas no aparelho.


Um outro exemplo e que é bem mais conhecido mundialmente, talvez tenha sido um dos seus brinquedos de infância, é o Taumatrópio. Uma espécie de brinquedo popular no século XIX. É um disco com uma imagem de cada lado que está ligado a dois pedaços de corda. Quando as cordas são giradas rapidamente entre os dedos as duas imagens parecem misturar-se devido à Persistência Retiniana.


Exemplos comuns de taumatrópio são imagens que incluem uma árvore nua de um lado do disco, e suas folhas sobre a outra, ou uma ave de um lado e uma gaiola do outro. Elas muitas vezes também incluem adivinhas ou poemas curtos, com uma linha de cada lado. Estes brinquedos são mais um dos que são reconhecidos como antecedentes importantes da cinematografia e em particular de animação.


Como podemos verificar com estas invenções, e com as anteriores que já falei, o cinema que conhecemos hoje é fruto de várias invenções e é da responsabilidade de vários intervenientes. Tudo isto que hoje vimos, todas estas possibilidades de entretenimento pré-cinema é devido à nossa capacidade de Persistência Retiniana, que irei falar no meu próximo post. 

Até lá, Saudações Cinematográficas:
Cláudio Almeida

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A Câmara Escura

Depois de seis meses afastado da escrita por ter estado a concluir os meus estudos na Academia Internacional de Cinema e Televisão (que aconselho desde já, quem puder, a frequentar os seus cursos. Pois são lecionados por grandes profissionais do Cinema e da TV), hoje irei escrever sobre uma das grandes descobertas no campo da ótica e um dos acontecimentos mais importante para a invenção da fotografia: a Câmara Escura.

A fotografia foi um processo evolutivo ao longo dos séculos, e não teve apenas um inventor. É um aglomerado de vários avanços e acontecimentos distintos ao longo da sua história. 

A câmara escura é um dispositivo ótico que levou à invenção da fotografia e à câmara fotográfica. Ao longo da história foram construídos vários modelos, desde câmaras enormes, do tamanho de salas, até câmaras pequenas. Hoje, existem poucas no mundo, mas é possível ver algumas. Um dos locais que conseguimos ver um desses dispositivos é no Rio de Janeiro, no Museu da Vida da Fundação Oswaldo Cruz. A maior caixa escura do mundo encontramos em Constitution Hill, na cidade Aberystwyth, condado de Ceredigion, no Reino Unido. É uma caixa negra simples, ou uma sala, completamente fechada à entrada de luz. Possui um pequeno orifício em um dos lados por onde passa uma quantidade ínfima de luz externa e atinge uma superfície interna. Com esse dispositivo conseguimos reproduzir imagens. Quanto menor a abertura melhor é a definição da imagem, mas fica sempre invertida - apesar de que se usarmos espelhos conseguimos projetar uma imagem que não fique virada. Na parede paralela à que possui um orifício, encontramos uma superfície fotossensível.

Fotossensibilidade é algo que ao ser exposto à luz reage à sua estimulação e sofre alguma mudança. Toda a substância que existe e conhecemos é fotossensível, por outras palavras, toda a matéria modifica-se com a luz. É o caso, por exemplo, de um tecido que desbota ao sol, ou então, as pessoas que por estarem expostas à luz ultravioleta sofrem facilmente de queimadura solar. Alguns objetos demoram milhares de anos para se modificarem, enquanto outros necessitam de apenas alguns segundos.

Os princípios da câmara escura é atribuído ao filósofo grego Aristóteles, a.C, que era utilizada para fazer observações astronómicas. Mas a ampla utilização do conceito técnico na produção de imagens como uma perspetiva linear em pinturas, mapas, produções de teatro, arquitetura e posteriormente na fotografia começou na Renascença e culminou na Revolução Industrial.

No século XI um erudito árabe Alhazem (Ibn al-Haytham) fez referência à câmara escura como um auxílio na observação de um eclipse solar e, desenvolveu um estudo da teoria da arte da refração da luz. Começou a ser usada na pintura e na produção de desenhos no século XIV por alguns artistas.

Leonardo Da Vinci, no século XV, foi um dos que utilizou a câmara escura e estudou sobre o mecanismo de captura de imagens. Além de ter feito uma descrição desse mecanismo publicado no seu livro de notas, o Codex Atlanticus (1502): "Se a fachada de um edifício, ou um lugar, ou uma paisagem é iluminada pelo sol e um pequeno orifício é feito na parede de um quarto em um prédio de frente para esta, que não está diretamente iluminada pelo sol, então todos os objetos iluminados pelo sol irão enviar as suas imagens através desta abertura e irá aparecer, de cabeça para baixo, na parede em frente à abertura".

Baseado nos estudos de Da Vinci, um cientista napolitano Giovanni Baptista Della Porta cria uma caixa fechada com um pequeno orifício coberto por uma lente, que permitiu desse modo aumentar a abertura, o que levou a obter uma imagem mais clara e sem perder a nitidez. Este fenómeno só foi possível devido à capacidade de refração do vidro, processo que tornava convergentes os raios luminosos refletidos pelo objeto. Surgia assim o embrião das máquinas fotográficas.

Como verificamos atrás quanto menor a abertura melhor é a definição da imagem. Por outras palavras, podemos dizer que ao mudar o diâmetro do orifício tornou-se possível ter uma imagem mais nítida. Com o avanço dos estudos foi instalado um sistema, junto com a lente, que permitia aumentar e diminuir essa abertura: este foi o primeiro “diafragma”. Quanto mais fechado este diafragma, maior a hipótese de focar objetos com diferentes distâncias da lente.

A esta altura, já reuníamos tudo o que seria necessário para produzir uma imagem de forma satisfatória na câmara escura. Mas salvar essa mesma imagem diretamente num papel para a posterioridade sem a interveniência de um artista ou pintor, era a nova barreira encontrada pelos estudiosos dessa época. Só mais tarde com o desenvolvimento da química foi possível ultrapassar essa dificuldade.

Mas isso falarei num outro post,  até ao próximo, com um amplexo cinematográfico:
Cláudio Almeida
www.claudioalmeida.pt.vu

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Projeção de Sombras

Vimos anteriormente que são muitas as evidências arqueológicas de que o ser humano nunca deixou de interessar-se pela busca da fixação gráfica do movimento. Neste artigo falarei sobre a Projeção de Sombras (sombras chinesas), uma das outras formas primitivas e que também antecederam o início da história do cinema.

A Projeção de Sombras é de origem oriental, acredita-se que tudo iniciou na caverna de Altamira, onde os homens primitivos utilizavam o fogo para projetar a sua própria sombra na parede. Para conseguir esse resultado acendiam uma fogueira, ficavam entre ela e a parede, e dessa forma obtinham enormes figuras. Mas não parou por aí, foi evoluindo ao longo dos tempos e o que era uma prática doméstica - se assim posso dizer -, dos homens das cavernas, tornou-se num grande espetáculo sofisticado para grandes plateias até hoje, um dos precursores do cinema.

Existem três géneros diferentes de Projeção de Sombras, são eles: os jogos de sombras, as sombras de mão e o teatro de sombras. Nos jogos de sombras, o homem participa diretamente como ator, coloca-se à frente de uma fonte de luz e gesticula de forma adequada para criar uma espécie de teatro em que surge apenas a sua silhueta. Nas sombras de mão, o homem usa-as para imitar as figuras humanas - ou de animais -, e às vezes usa pequenos acessórios que facilitam o efeito. Um bom exemplo desta arte é o maravilhoso trabalho de Felicien Trewey, que veremos mais à frente neste artigo.

O teatro de sombras contava com um operador humano, este manejava habilmente silhuetas articuladas, eram recortadas em pele de burro, ou peixe, bem fina com aplicações de papel pintado, a fim de produzirem efeitos coloridos. Os espetáculos de teatro de sombras eram acompanhados de música e declamação de textos alusivos aos feitos dos heróis.

As sombras chinesas, como hoje conhecemos, tiveram o seu início há mais de dois mil anos, mais concretamente no séc. II antes de Cristo. Reza a lenda que um imperador chinês da dinastia Han, chamado de Wu-Di, sentia-se prostrado com a perda da sua bailarina favorita e ao observar a sua sombra projetada num tecido de linho sentiu-se consolado. Pediu então ao mago da corte que trouxesse de volta o “Reino das Sombras”, caso contrário ele seria decapitado. O mago, então, teve a brilhante ideia de confeccionar a silhueta de uma bailarina com pele de peixe, macia e transparente, ordenou que fosse instalado no jardim do palácio uma cortina branca contra a luz do sol. E quando tudo já estava pronto organizou um espetáculo para o Imperador e para sua corte, onde ao som de uma flauta surgia a sombra de uma bailarina a dançar de forma ágil e graciosa. Tinha começado assim o Teatro de Sombras que hoje conhecemos.

O “Reino das Sombras” era visto, nesta altura, como habitat dos mortos porque existia a associação direta da sombra com a morte, e era muito utilizada a expressão “a sombra dos mortos”. Para Maryse Badiou o Teatro de Sombras nasce da origem mágica e religiosa do ritual do homem de triunfar sobre a morte, de fazer reviver eternamente um ser querido.

As lendas explicam maravilhosamente bem o que, no seu início, não era outra coisa que o impulso irrefreável de um desejo: o desejo de recuperar no presente uma pessoa já morta ou um ser ou coisa estimados e já desaparecidos ou distantes. (Badiou, Marise,2004, p4).

As sombras adquiriram no oriente um estatuto de verdadeira arte, mas a sua popularidade no ocidente só chegou na segunda metade do século XVIII. É provável que elas tenham chegado à Europa pelos comerciantes árabes. Mas só ganhou importância com o ilusionista francês Felicien Trewey, que foi uma das primeiras pessoas a pousar para os irmãos Lumiérès, muito antes da divulgação pública do cinematógrafo. Trewey usava as suas mãos de uma forma espantosa ao ponto que todas as suas inúmeras sombras imitavam o movimento de pessoas e animais. Exemplos dessas representações fantásticas são o caso do cão que come uma presa, um homem a pescar e uma discussão de um casal.

Do lado esquerdo um homem a falar. Do lado direito um elefante a balançar a tromba

O homem nunca se sentiu satisfeito com o que tinha e esse facto levou-o ao cinema que hoje o mundo todo conhece. Esta evolução não para por aqui. Ainda existe um longo percurso a trilhar, muitos anos de estudos e avanços científicos…

Como verificámos até aqui o homem por uma razão ou por outra sempre foi movido pelo desejo da reprodução do movimento. Seja de forma de desenho - as figuras rupestres -, de forma arquitectónica ou por último de forma a usar o fogo ou a luz, a seu favor para criar sombras e assim imortalizar um momento, um ente querido ou meramente representar o movimento de modo a entreter as pessoas.

O leitor acha que o cinema nasceu como é conhecido no século XXI? Está enganado! O que posso dizer-lhe é que o cinema nasceu na hora certa e no lugar certo. Eu vou continuar esta aventura de escrever sobre este tema: Olhar Cinematográfico e Audiovisual – A história do cinema.

Quem estiver interessado em continuar esta aventura comigo, de conhecer melhor a sétima arte, não deixe de visitar este espaço.

Até breve!
Saudações cinematográficas

quarta-feira, 27 de maio de 2015

A Pré-História do Cinema

No artigo anterior referi que “o cinema desenvolveu-se do ponto de vista científico antes que as suas possibilidades artísticas ou comerciais fossem conhecidas e exploradas. (…) Prova deste facto são as chamadas figuras rupestres, pinturas encontradas em cavernas no período da idade da pedra”. Hoje falarei um pouco mais sobre esta fase da pré-história do cinema. Desde muito cedo o homem procurou captar e registar o movimento, e para tal, o ser humano pré-histórico utilizou habilidosamente a pintura para o fazer. Vejamos alguns exemplos:

Em Santillana del Mar, Cantábria – Espanha, encontramos uma caverna que ainda hoje conserva uma figura de um Javali com cerca de oito patas, esta figura, é de uma complexidade extrema que quando passamos uma tocha cria a ilusão do movimento, e não somente de um desenho.

Na cidade Burnt, no Irão, foi encontrado um modelo de animação que tem aproximadamente 5200 anos… É um vaso com cinco imagens pintadas, quando o giramos podemos observar uma animação que mostra uma cabra a saltar para arrancar folhas de uma árvore.

Mas não são só as pinturas encontradas nas paredes das cavernas, as figuras rupestres, que servem de exemplo de tentativas de registar o movimento na pré-história. Ramsés II, o terceiro faraó da XIX dinastia egípcia, na era de 1279-1213 a.C., mandou fazer uma série de pinturas nas colunas exteriores do templo, estas imagens são outro bom exemplo da tentativa de procurar captar e registar o movimento. Quando as pessoas viajavam a cavalo, e as figuras eram vistas, elas ofereciam a estes a impressão de movimento.

Em Roma encontramos a Coluna de Trajano mandada construir no ano de 113 d.C., sob a ordem do próprio Imperador, pelo arquiteto Apolodoro de Damasco em comemoração às vitórias das campanhas militares contra os Dácios. E que mais tarde serviu de túmulo tanto para o Imperador Trajano como para a sua mulher Plotina, ambos colocados em urnas douradas. Tem trinta e cinco metros de altura e é por muitos considerada a mais antiga banda desenhada que se conhece, é contada através de uma faixa contínua que dá vinte e três voltas à coluna de Trajano, tendo como extensão total duzentos e vinte metros comprimento, e nela estão narrados os feitos do imperador em alto-relevo. É composta sensivelmente por duas mil e quinhentas figuras de homens, bem como um elevado número de outras imagens ilustrativas das campanhas, como cavalos, armas, insígnias, instrumentos de guerra, etc.

Podemos concluir, são muitas as evidências arqueológicas de que o ser humano nunca deixou de interessar-se pela busca da fixação gráfica do movimento. Desde a pintura em cavernas, passando pelas colunas dos templos até à projeção de sombras. Mas destas últimas falarei no meu próximo post.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Cinema: Como Tudo Começou...


Identificar aspectos e factos históricos sobre os primórdios do cinema é sempre uma instigante aventura. Existem vários pontos de vista em relação à origem do cinema, mas para muitas pessoas ainda poderá ser desconhecida. Para entendermos melhor esses pontos de vista é necessário estudarmos a etimologia da palavra.

Etimologicamente a palavra cinema provem do grego kinéma (ématos + gráphein) que significa “escrita do movimento”. É considerada a técnica de projectar de forma rápida e sucessiva uma série de imagens, fotografias, com a pretensão de criar a ilusão de movimento. Esta ilusão de movimento é chamada de persistência da visão. Quanto mais estudamos a etimologia da palavra, mais verificamos que a sua dimensão vai muito além do que a palavra hoje representa, ela remete-nos para as imagens feitas no período pré-histórico.

O cinema desenvolveu-se do ponto de vista científico antes que as suas possibilidades artísticas ou comerciais fossem conhecidas e exploradas. Desde muito cedo o homem procurou captar e registar o movimento, e para tal, o ser humano pré-histórico utilizou habilidosamente a pintura para o fazer. Prova deste facto são as chamadas figuras rupestres, pinturas encontradas em cavernas no período da idade da pedra.

Foi na antiguidade que apareceram os primeiros indícios da procura de um sistema que permita projectar imagens em movimento. Próximo ao Oriente, os sacerdotes egípcios chegaram à definição da persistência das imagens na retina. Em 1824 Peter Mark Roget publicou um importante trabalho científico, inspirado nos estudos de Isaac Newton, com o título de Persistência da Visão no que afecta os objectos em movimento. Com este trabalho deu o primeiro passo para a explicação científica e realização técnica do desenho animado, um contributo decisivo para o desenvolvimento da indústria da sétima arte.

A história do cinema para muitos começou no dia 28 de Dezembro de 1895, data em que os irmãos Lumiérè projectaram publicamente alguns pequenos vídeos como A saída dos trabalhadores da Fábrica, A demolição de um muro, A chegada de um comboio e A saída de um barco do porto. Dava-se início à magia da sétima arte, ao cinema, tal qual hoje conhecemos e ao longo dos anos foi evoluindo.

Nos próximos posts irei desenvolver um pouco melhor os pontos de vista que referi anteriormente.

Grato por ter voltado!
Até à próxima.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Apresentação

Durante três anos (2007-2010) cursei Estudos Artísticos, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, em três áreas distintas: Cinema, Teatro e Música. Hoje dou inicio ao meu blog pessoal sobre a Sétima Arte. Aqui, irei falar sobre o tema que ao longo destes últimos oito anos tenho estudado e aprofundado.

"Olhar Cinematográfico e Audiovisual - Desde o Inicio até ao Século XXI" será o nome do meu blog onde tentarei passar a todos os leitores os meus conhecimentos sobre o tema.

Desde já o meu muito obrigado por estar a ler esta breve apresentação... Se ficou interessado em continuar a ler os meus escritos, já é um bom inicio, pois tentarei nunca desiludir o caro leitor. Mas caso só de ler esta apresentação já se desmotivou peço desculpas e que volte sempre que quiser, talvez os meus próximos posts sejam do seu agrado!

Despeço-me com um Amplexo Cinematográfico!