Hoje irei continuar a minha trilogia sobre a evolução histórica e técnica da montagem. Nesta terceira e última parte irei falar sobre as teorias soviéticas, e não só. Não seria possível atingir a linguagem audiovisual e cinematográfica que é conhecida em pleno século XXI se não fossem alguns dos grandes impulsionares da chamada escola soviética: Lev Kuleshov, Vsevolod Pudovkin, Sergei Eisenstein e Dziga Vertov. Estes estudiosos permitiram um avanço significativo graças aos seus estudos sobre as técnicas da montagem cinematográfica, expondo diversas teorias acerca das possibilidades narrativas, expressivas e plásticas deste recurso.
Lev Kuleshov nasceu em 14 de janeiro de 1899, em Tambov, foi um cineasta e um grande impulsionador das teorias cinematográficas e é considerado o pioneiro de toda a estética da montagem soviética graças à sua célebre experiência que ficou conhecida por “efeito Kuleshov”.
O “efeito Kuleshov” consiste na edição de vídeo em que o mesmo plano de um ator - Ivan Mozzhukhin -, com uma face inexpressiva, era intercalado por outros planos com diferentes assuntos (uma sopa, um caixão e uma mulher num sofá). Esta experiência permitiu demonstrar que a conjugação deste plano único com outros diferentes atribua significado ao espectador.
Com esta experiência Kuleshov demonstrou-nos que o espectador tem a impressão de que o rosto do ator tem expressões diferentes a cada momento, no entanto, o ator gravou essa cena uma única vez. Esta perceção deve-se à nossa interpretação com relação à cena apresentada após a exibição da cena estática do ator. Por outras palavras, podemos dizer que o sentido emocional de quem assiste a esta pequena montagem, se alterava em função do plano que se lhe seguia. O espectador encontrava assim um novo significado para uma mesma imagem: fome, tristeza, alegria, respetivamente.
Lev Kuleshov nasceu em 14 de janeiro de 1899, em Tambov, foi um cineasta e um grande impulsionador das teorias cinematográficas e é considerado o pioneiro de toda a estética da montagem soviética graças à sua célebre experiência que ficou conhecida por “efeito Kuleshov”.
O “efeito Kuleshov” consiste na edição de vídeo em que o mesmo plano de um ator - Ivan Mozzhukhin -, com uma face inexpressiva, era intercalado por outros planos com diferentes assuntos (uma sopa, um caixão e uma mulher num sofá). Esta experiência permitiu demonstrar que a conjugação deste plano único com outros diferentes atribua significado ao espectador.
Com esta experiência Kuleshov demonstrou-nos que o espectador tem a impressão de que o rosto do ator tem expressões diferentes a cada momento, no entanto, o ator gravou essa cena uma única vez. Esta perceção deve-se à nossa interpretação com relação à cena apresentada após a exibição da cena estática do ator. Por outras palavras, podemos dizer que o sentido emocional de quem assiste a esta pequena montagem, se alterava em função do plano que se lhe seguia. O espectador encontrava assim um novo significado para uma mesma imagem: fome, tristeza, alegria, respetivamente.
Uma outra grande experiência deste pioneiro foi a montagem de um outro pequeno vídeo em que vemos um homem e uma mulher a correr, e no último plano, os dois se abraçam. O mais interessante é que todas estas imagens foram filmadas em lugares e ocasiões diferentes. Aqui, o público fica com a impressão que tudo tinha acontecido no mesmo lugar e consecutivamente.
Podemos dizer que foram duas experiências que permitiram melhorar a narrativa da época e mostrar quais são os poderes de uma excelente montagem. O objetivo principal destas experiências consistiu em provar que uma imagem não tem sentido por si só, e sim a contextualização feita pela montagem que lhe atribui significação. Tornou-se possível a ligação de material sem nenhuma relação entre si e quando dois planos são colocados em conjunto, o significado pode surgir ou acentuar a diferença entre eles. O confronto destes planos propicia um terceiro nível de significado que é criado na mente do público.
Não é só, como diz o mestre do cinema Jorge Monclar: uma ideia da cabeça, uma câmara na mão porque senão será uma “miséria” na tela. Com estas experiências de Kuleshov podemos verificar que colocando em prática esta forma de montar o nosso filme permite o despoletar e dirigir emocionalmente o espectador e a criação de um universo único e inusitado para o nosso filme, independente do mundo real, a partir da articulação de realidades ontologicamente autónomas, mas inteligivelmente integradas.
Podemos dizer que foram duas experiências que permitiram melhorar a narrativa da época e mostrar quais são os poderes de uma excelente montagem. O objetivo principal destas experiências consistiu em provar que uma imagem não tem sentido por si só, e sim a contextualização feita pela montagem que lhe atribui significação. Tornou-se possível a ligação de material sem nenhuma relação entre si e quando dois planos são colocados em conjunto, o significado pode surgir ou acentuar a diferença entre eles. O confronto destes planos propicia um terceiro nível de significado que é criado na mente do público.
Não é só, como diz o mestre do cinema Jorge Monclar: uma ideia da cabeça, uma câmara na mão porque senão será uma “miséria” na tela. Com estas experiências de Kuleshov podemos verificar que colocando em prática esta forma de montar o nosso filme permite o despoletar e dirigir emocionalmente o espectador e a criação de um universo único e inusitado para o nosso filme, independente do mundo real, a partir da articulação de realidades ontologicamente autónomas, mas inteligivelmente integradas.
Os estudos e experiências que Lev Kuleshov levou a cabo rapidamente foram aproveitados, exemplarmente pensados e praticados por outros grandes nomes do cinema mundial, um deles, foi Sergei Eisenstein um dos maiores criadores e teóricos da montagem. Eisenstein afirmou que a montagem foi estabelecida pelo cinema soviético como o nervo do cinema. Assumindo, assim, este recurso como absolutamente central na sua obra fílmica. Em 1925, Sergei Eisenstein dirige O Couraçado Potemkine e mostra que a montagem dos planos é o principal elemento responsável por dar sentido a um filme.
Alguns anos mais tarde Orson Welles, um cineasta norte-americano, inova estas técnicas e adiciona no seu filme Citizen Kane a câmara subjetiva em elaborados movimentos; diferentes ângulos de enquadramento, flashbacks e vários pontos de vista para contar a história.
Em 1976 John G. Avildsen é o primeiro a utilizar o sistema Steadcam, que permite ao operador de câmara movimentar-se sem haver imagens tremidas. Esta tecnologia é implementada no filme Rocky Balboa.
A evolução tecnológica não fica por aqui, com o século XXI quase a chegar, é na década de 90 que se substitui a pelicula celuloide (o analógico) pela filmagem digital. As antigas moviolas, onde os filmes eram tradicionalmente montados, são substituídas pelo computador. Os atores começam a contracenar com imagens geradas em computadores: monstros, bruxas, cães falantes, etc.
Finalmente o século XXI chega e com ele vem outra inovação: foi em 2002, que com o filme Star Wars, Episódio II - Ataque dos Clones, de George Lucas, que toda a produção é realizada digitalmente.
E o resto vocês já sabem!!! Com a tecnologia digital todas as pessoas conseguem editar e produzir filmes digitalmente… Onde está a essência do filme como Lev Kelechov nos ensinou? Na mente de todo aquele que vê e tem a capacidade de juntar 2+2, e se me permitem, a soma não é 4! A soma é o conjunto das emoções que cada um de nós dá a cada cena misturada e remisturada no nosso pequeno e fantástico cérebro! E atenção se não há emoção, não há cinema. Se não há cinema - e muitas grandes produções não o são -, o problema não é do nosso amigo cérebro, e sim da infelicidade de quem o montou. Este aspeto psicológico deixo para os entendidos da psicologia.
Um dia ainda vou escrever aqui sobre isto mesmo: a psicologia da linguagem audiovisual. É que cada plano, movimento, ângulo e enquadramento de câmara tem uma definição psicológica pré-estabelecida e que todos os profissionais de cinema deveriam ser obrigados em saber… pois muito fazem filmes e não sabem. Isto fica para um outro dia.
Em 1976 John G. Avildsen é o primeiro a utilizar o sistema Steadcam, que permite ao operador de câmara movimentar-se sem haver imagens tremidas. Esta tecnologia é implementada no filme Rocky Balboa.
A evolução tecnológica não fica por aqui, com o século XXI quase a chegar, é na década de 90 que se substitui a pelicula celuloide (o analógico) pela filmagem digital. As antigas moviolas, onde os filmes eram tradicionalmente montados, são substituídas pelo computador. Os atores começam a contracenar com imagens geradas em computadores: monstros, bruxas, cães falantes, etc.
Finalmente o século XXI chega e com ele vem outra inovação: foi em 2002, que com o filme Star Wars, Episódio II - Ataque dos Clones, de George Lucas, que toda a produção é realizada digitalmente.
E o resto vocês já sabem!!! Com a tecnologia digital todas as pessoas conseguem editar e produzir filmes digitalmente… Onde está a essência do filme como Lev Kelechov nos ensinou? Na mente de todo aquele que vê e tem a capacidade de juntar 2+2, e se me permitem, a soma não é 4! A soma é o conjunto das emoções que cada um de nós dá a cada cena misturada e remisturada no nosso pequeno e fantástico cérebro! E atenção se não há emoção, não há cinema. Se não há cinema - e muitas grandes produções não o são -, o problema não é do nosso amigo cérebro, e sim da infelicidade de quem o montou. Este aspeto psicológico deixo para os entendidos da psicologia.
Um dia ainda vou escrever aqui sobre isto mesmo: a psicologia da linguagem audiovisual. É que cada plano, movimento, ângulo e enquadramento de câmara tem uma definição psicológica pré-estabelecida e que todos os profissionais de cinema deveriam ser obrigados em saber… pois muito fazem filmes e não sabem. Isto fica para um outro dia.
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